Festas Nacionais - que tal a Festa do Faisão?

Posted: terça-feira, 10 de junho de 2008
No final desse mês, vai acontecer mais uma das aberrações nacionais - o Festival Folclórico de Parintis. Aberração não pelo festival em si, bem estruturado, fotogênico e popular lá por aquelas bandas (quem mora aqui pro sul já ouviu falar, quem mora pra lá SO ouve falar...), mas pelo mote da festa - Boi?

Bom, sem muito esforço e com um mínimo de boa vontade, uma passeadinha no site do IBGE traduz o porquê disso ser uma aberração - o Amazonas é um dos estados brasileiros com o menor número de bovinos (para os que não estão acostumados ou nunca viram, igual gente que eu conheço, bovinos são bois e vacas, ok?). Se aqui em Minas temos mais de 22 milhões de cabeças de gado, e ainda assim tem muita gente q n vê um boizinho fora do açougue, imagine lá, que além de ser um estado 3 vezes maior, tem menos de 2 milhões de cabeças? Tipo, é como se fizéssemos uma festa do faisão aqui, e todo mundo tomasse partido. Estranho, não?

Tá, ai me vêm os que tiveram um pingo a mais de boa vontade, além de confirmar meus dados no IBGE, e pesquisam qual o fundamento da festa. Existem diversas versões dos "bois" no Brasil quase inteiro, principalmente no nordeste. Herança nordestina? Provável, mas calma.

Agora, alguém me explica, por favor - que diabos tem a ver boi com índio da floresta amazônica? Eles nunca se viram, não pertencem ao mesmo habitat. Que diabo tem a ver folclore brasileiro, herdado de tradições portuguesas, africanas e sei lá mais onde, com temas que discorrem de cobra grande, nascimento de bovinos, ressureição de deuses indígenas, filhas de cacique afogando no rio e distorções afins? Que índio que toca berrante, meu deus? Chamar isso de festival folclórico, uma festa que há pouco mais de 40 anos sequer existia na região? Que tal nossa Festa do Faisão ser uma festa junina com Oktoberfest e todos vão dançar fado com tambores de samba?

Gente boa, aos que são entusiastas da festa, meus pedidos sinceros de que me entendam. Se para alguém faz sentido ter uma festa do boi no Amazonas, beleza... respeito opiniões. Agora, que ela hoje represente a segunda maior festa popular do Brasil (segundo diz quem a transmite), e seja apresentada como um festival folclórico, isso me irrita.

Terminado o desabafo. Não vou piorar mais meus comentários... hehehe... não adianta!

E fica o pedido - se você possui artifícios para me explicar o porquê desse festival (explicação pra valer, sem embromação), possui um QI maior que 25 e consegue escrever sem errar ortografia e gramática irritantemente, estou disposto a ler. Se for muito convincente, até publico no meu próximo post!

7 comentários:

  1. Matheus Soares 11 de junho de 2008 às 21:01

    Vai ver lá pelos anos 50 algum habitante dequela região longínqua conseguiu sair de lá e se deparou com cabeças de gado. Como não conheciam alquele animal místico que emitia sons estranhos, defecavam como ninguém e produziam leite e pensaram que eles fossem algum tipo de deus.
    Ao voltar para suas matas, espalharam a notícia para seus amigos índios e assim resolveram criar uma festividade para homenageá-los, esperando dessa forma obterem sucesso em suas caçadas.

  2. Anônimo 11 de junho de 2008 às 22:02

    Ou as vezes... algum idiota criou uma festa sem noção, pra homenagiar um animal que só serve pra dar leite(vacas) ou serem comidos!!!

    E eu aqui, mechendo na net quando podia tar pensando em que animal homenagiar!!!

  3. 007 project 15 de junho de 2008 às 10:58

    angel, a festa vem do nordeste. não tem graça a explicação. não foi ET quem colocou-a lá, mas fato é: a coca se rendeu ao evento e topou pintar suas latinhas com a cor da pepsi. ou seja: boi na selva não tem lógica, mas dá dinheiro (que é o que importa).

    e não desafie o boi, pois há belos versos do cancioneiro popular que clamam o "boi da cara preta", que pega us mininu que tem medo de careta.

  4. Unknown 23 de setembro de 2008 às 08:34
    Este comentário foi removido pelo autor.
  5. Unknown 23 de setembro de 2008 às 08:37

    A Larissa deve ter adorado este post...(Sim, Kiko, você realmente é alguém com alfabetização plena. Além de o texto estar bem escrito, conseguiu arrancar de mim alguns bons risos - diria garagalhadas, mas não é pra tanto).

  6. Larissa 25 de setembro de 2008 às 11:16

    Nota-se que vc escolheu a profissão certa, pq de folclore vc não entende absolutamente nada, lendo aqui seus erros de "conclusões".

    O bumba-meu-boi foi pra Parintins, nas mãos de um maranhense chamado Lindolfo Monteverde, idealizador do boi Garantido, feito através de uma promessa, já que estava doente, mo início do século passado.

    Como em todos os lugares que existe o folguedo, ele sofre influências regionais. E não foi diferente em Parintins. Se vc pesquisar direitinho, vai ver que no folclore maranhense, ele já era ressuscitado por um curandeiro (em outras regiões ele é substituído por um médico) e no Amazonas, entrou a figura mística do pajé, nada mais óbvio.

    O que tem a ver índio com boi, se eles nunca se viram, né? Vc trata a questão como se o boi fosse legitimamente brasileiro. A brincadeira do boi tem pelo menos 2 séculos de existência, contando os tempos em que os portugueses já brincavam antes de trazê-los pro Brasil.

    E se vc acha mesmo tão remota essa idéia de índio com boi, apesar das poucas cabeças de gados que o Amazonas possui, a maior parte delas estão concentradas em Autazes, Careiro da Várzea e Parintins... óóó.. em Parintins, a terra do maior espetáculo folclórico do país, cujos indíos-nordestinos são diretamente os responsáveis pelo festival.. quer vc ache estúpido ou não. Ele é nosso.. do amazonenses.

    Deixe esse assunto pra lá e discuta sobre cabos estruturados e automação, que é a sua área.

  7. Marcus Xavier 23 de outubro de 2008 às 10:33

    perdeu, Larissão...
    perdeu, perdeu, perdeu.